domingo, 26 de agosto de 2007

25 de Agosto de 2007. Tive sentimentos muito diversos.
Os que advêm da Morte e os que nos são dados pela Vida.
Acordei com a notícia da morte de Eduardo Prado Coelho, pai da minha futura cunhada.
Não o conheci pessoalmente, mas tendo ele sido “um dos mais importantes intelectuais dos últimos 40 anos”, como dizem no seu jornal “O Público” e sendo ele tão próximo da minha acrescentada família, é normal que agite os meus sentimentos e que, mesmo não aceitando, fique perturbada.
Uns instantes mais tarde, chegando ao teatro onde trabalho, dão-me a notícia de que um colega se tinha ausentado para ir ter com a mulher que tinha entrado em trabalho de parto. O contentamento pairou no ar durante todo o dia. E as minhas emoções continuavam num vendaval. A minha irmã…lembrei-me entretanto da minha irmã. “Ela já terminou o tempo, ma ele não quer nascer!”. Continuava agitação!
O nosso colega regressou. A satisfação estava estampada no seu rosto. Todos nós nos alegrámos com a felicidade que ele irradiava. Senti-me feliz.
Terei observado de muito perto o ciclo da vida? Será que sempre que alguém nasce alguém tem que morrer? São perguntas às quais prefiro não ter reposta. Não quero mesmo saber a resposta sobretudo quando a perda foi tão importante e quando no meu entendimento as pessoas não são substituíveis.
A vida continua. E para comprovar que vale a pena esperar, o meu sobrinho está finalmente a caminho. Espero a qualquer momento que me digam “Já nasceu!”
Assim tive sentimentos tão diversos num só dia. Tão diversos e antagónicos que se tocam…


Muitos sentimentos, muita confusão, muito turbilhão só porque a cabecita é complicada e dá muitas voltas porque desatando os nós sou muito feliz!
Ah! Parabéns Papás!


3 comentários:

fcorado disse...

sabes, a questão dos sentimentos que se confundem é tão antiga como o mundo. tanto se pode adorar uma pessoa como não se poder olhar para ela dez segundos depois, faz parte do ser humano, faz parte da mudança e das variações de humor e estado de estar. ter no mesmo dia noticias de morte e nascimento confundem-nos e deixam-nos abalados por um lado e felizes por outro, sem saber muito bem como reagir e o que fazer. no entanto é tudo uma questão de organização mental. eu, por mim, tento organizar-me e partilhar o tempo entre a dor e a alegria, tenta também tu organizar os teus sentimentos, cresce de felicidade quando vês o nascimento e lamenta a dor da morte tudo num possivel limite.

Maria Eduarda Colares disse...

Olha, muitos parabéns pelo Rodrigo! E tu, continua assim, não mudes... porque não se saber muito bem se se deve rir ou chorar e ser capaz de fazer as duas coisas ao mesmo tempo com autenticidade é o que distingue as pessoas... do resto.
Belo post! Beijos

Daniel disse...

Parabéns à tia!!! viva o Rogrigo que é lindo. PUM!
Gosto muito deste post... faz bem e é saudavél essa coisa da indecisão do riso e do choro, faz crescer e evoluir... continua assim...
beijo